Quem somos nós

Grupo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito - Mestrado e Doutorado e ao Mestrado Profissional em Direito da Empresa e dos Negócios, ambos da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, São Leopoldo - RS, com o objetivo de construir e embasar Marcos Regulatórios às Nanotecnologias, inserir o Direito na caminhada tecnocientifica e viabilizar uma fonte de pesquisa para os interessados neste tema.


Integrantes do Grupo:

Prof. Dr. Wilson Engelmann (Líder)

Afonso Vinício Kirschner Fröhlich

Cristine Machado

Daniele Weber Leal

Daniela Pellin

Patrícia dos Santos Martins

Rafael Lima

Raquel von Hohendorff

Patrícia Santos Martins

segunda-feira, 14 de junho de 2010

As Três Tecnologias do Risco, pelo prof. André Weyermüller

3)     Nanotecnologias

     Na coluna anterior concluímos a abordagem da segunda tecnologia do risco ambiental, os transgênicos. Sintetizamos alguns fatos importantes relacionados à cultura da soja transgênica e da polêmica que envolveu o assunto. Com isso, foi possível compreender um pouco melhor a questão.
     Da mesma forma que ocorreu com a tecnologia atômica e a genética, a nanotecnologia desenvolveu-se em conjunto com outras tantas técnicas e conhecimentos acumulados em décadas por vários ramos da ciência. Nanotecnologia é uma ciência multidisciplinar que está intimamente ligada à manipulação de átomos e moléculas. Essa manipulação guarda algumas semelhanças com a atômica e a genética, porém trata-se de algo novo, um conhecimento de aplicações e possibilidades quase inimagináveis que vamos tentar compreender. O autor faz parte de um grupo de pesquisas desenvolvido na Unisinos sobre o tema. Oportunamente trataremos de divulgar esse trabalho.
      Nano é uma escala de medida. A título de exemplificação, uma célula humana tem algo em torno de 20 micrômetros de diâmetro. Um micrômetro equivale a um milionésimo de metro.Realmente trata-se de uma escala de medida muito pequena, muito difícil de imaginar. Porém, o estudo das células através de microscópios é algo comum e tal medida auxilia os cientistas em suas pesquisas. Se um micrômetro equivale a um milionésimo de metro, um nanômetro equivale a um bilionésimo de um metro! Isso significa que estamos falando de uma medida equivalente a três ordens de grandeza menor do que a célula. Certamente que medir estruturas e fazer manipulações numa escala tão reduzida causa certo desconforto, causa a impressão de que estamos lidando com algo extremamente avançado, mas que implica em riscos consideráveis em virtude da possível perda do controle sobre tal manipulação na natureza.
       No distante ano de 1959, o físico americano Richard Feynman proferiu uma palestra para a Sociedade Americana de Física intitulada “existe muito mais espaço lá embaixo”. De forma visionária e antecipando um futuro na época distante, ele tratou de expor a possibilidade de inserir o conteúdo de vinte e quatro volumes da Enciclopédia Britânica na cabeça de um alfinete. O estudo era baseado na possibilidade de organizar os átomos da maneira que desejarmos. Algo totalmente impossível em termos tecnológicos na época. Porém, sua antecipação do futuro deu início a uma sucessão de descobertas científicas que possibilitam hoje chegar a miniaturizações fantásticas de componentes eletrônicos que permitem a humanidade utilizar-se de maravilhas nunca imaginadas no passado e que agora estão inegavelmente presentes em nossas vidas, querendo ou não.
       Richard Feyman não utilizou o termo nanotecnologia em sua famosa palestra visionária. Foi Eric Drexler que tornou o termo popular nos anos 80 ao se referir à construção de máquinas tão pequenas que teriam escala molecular com poucos nanômetros de tamanho. Entre essas máquinas defendia a possibilidade de criar motores, robôs e computadores muito menores que uma célula! Drexler ocupou-se nos anos seguintes a descrever esses aparelhos e responder às acusações de ficção científica.  
       Sabemos das incríveis possibilidades de alteração da natureza através da ação transformadora do homem. Conhecemos e usamos um número imenso de produtos e equipamentos que facilitam nossas vidas e que estão cada vez menores e mais potentes. Em poucos anos os computadores reduziram drasticamente de tamanho e peso, tornando qualquer produto obsoleto em pouco tempo em virtude da velocidade com que as inovações são introduzidas no mercado. Nanotecnologia é muito mais que reduzir o tamanho de um celular. Trata-se de uma espécie de engenharia em escala muito reduzida capaz de colocar os átomos no lugar que desejamos para obter materiais incríveis, dignos de um filme de ficção científica. Para compreender essa terceira tecnologia do risco, precisamos de mais espaço. Na próxima coluna falaremos mais.

Nenhum comentário: