Quem somos nós

Grupo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito - Mestrado e Doutorado e ao Mestrado Profissional em Direito da Empresa e dos Negócios, ambos da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, São Leopoldo - RS, com o objetivo de construir e embasar Marcos Regulatórios às Nanotecnologias, inserir o Direito na caminhada tecnocientifica e viabilizar uma fonte de pesquisa para os interessados neste tema.


Integrantes do Grupo:

Prof. Dr. Wilson Engelmann (Líder)

Afonso Vinício Kirschner Fröhlich

Cristine Machado

Daniele Weber Leal

Daniela Pellin

Patrícia dos Santos Martins

Rafael Lima

Raquel von Hohendorff

Patrícia Santos Martins

terça-feira, 4 de maio de 2010

As três tecnologias de risco, pelo Prof. André Rafael Weyermüller



2)     Transgênicos

       Na última coluna concluímos a exposição acerca da tecnologia nuclear, que foi a primeira das três fontes de riscos ambientais. Lembramos dois acidentes envolvendo a tecnologia nuclear (Chernobyl e Goiânia) que demonstram na prática os riscos envolvidos. Também destacamos a utilidade prática e a aplicação na medicina.
       Passaremos para a próxima tecnologia de risco ambiental: Transgênicos. Antes de falar dos transgênicos precisamos compreender alguns conceitos importantes e a evolução da biotecnologia. Ainda na Antiguidade, encontra-se registro de suas primeiras aplicações com a fabricação de cerveja pelos Sumérios em torno de 1750 antes de Cristo. Em 1663, Robert Hooke descobre as células vegetais. Em 1830 descobrem-se as proteínas e em 1863 Gregor Mendel descobre que as características de uma espécie são transmissíveis através de unidades independentes que mais tarde foram denominadas de genes. Em 1944, Oswald Avery comprova que o DNA é a substância que constitui um gene. Em 1973 Cohen e Boyer fazem o primeiro experimento de DNA recombinante ao transferir um gene de sapo para uma bactéria.
       Toda essa evolução científica começou a apresentar resultados aplicáveis em benefício da humanidade com a produção de insulina que foi o primeiro produto de biotecnologia aprovado nos Estados Unidos (1982), seguido pela produção de interferon para o combate ao câncer. Em 1996 os cientistas criam a famosa ovelha Dolly clonada de outra ovelha geneticamente igual a ela. Como visto, essa tecnologia vem evoluindo de longa data, mas apresentou uma rápida evolução nas últimas décadas e representou uma importantíssima contribuição para varias áreas da ciência que dela dependem. Através das técnicas da engenharia genética é possível isolar qualquer gene de qualquer espécie e transferir o mesmo para o genoma de qualquer outro ser vivo.
       Por exemplo: É possível transferir para plantas os genes de um mamífero, de uma planta ou de um vírus. Visa-se com isso o melhoramento de uma espécie vegetal ou animal através de um gene que, combinado com os genes originais do organismo, melhora de alguma forma suas características como tamanho, quantidade de nutrientes, etc. Na prática, foram criadas plantas resistentes a insetos, hormônios humanos, bactérias capazes de degradar resíduos de petróleo e lixo tóxico entre outros. Convém fazer uma diferenciação inicial entre organismos geneticamente modificados e transgênicos. Geralmente os dois termos são utilizados como sinônimos, porém, existe uma diferença fundamental: Considera-se transgênico o organismo que foi modificado geneticamente com a introdução de genes de outra espécie. Ou seja, foi introduzido um gene que não pertence à espécie daquele organismo, como no caso de um vegetal que recebe um gene de uma bactéria para melhorar suas características. É o caso da soja transgênica criada pela empresa Monsanto conhecida por Roundup Ready que foi modificada com a inserção de genes de bactérias. Considera-se organismo geneticamente modificado (OGM) o organismo que foi modificado através da introdução de um gene da mesma espécie. Por exemplo, temos o tomate Flavr Savr conhecido por tomate “longa vida” que demora mais para amadurecer devido a uma mudança genética feita através de uma inversão de genes dele próprio, ou seja, da mesma espécie. Assim, temos uma diferença fundamental entre OGM e transgênico.
      O termo transgênico foi usado pela primeira vez em 1983 por Gordon e Rudle e passou a ser sinônimo de organismo alterado geneticamente. Podemos então afirmar, que todo organismo transgênico é um OGM, mas nem todo OGM é um transgênico. Na próxima coluna continuaremos falando dessa tecnologia.            

Nenhum comentário: