Quem somos nós

Grupo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito - Mestrado e Doutorado e ao Mestrado Profissional em Direito da Empresa e dos Negócios, ambos da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, São Leopoldo - RS, com o objetivo de construir e embasar Marcos Regulatórios às Nanotecnologias, inserir o Direito na caminhada tecnocientifica e viabilizar uma fonte de pesquisa para os interessados neste tema.


Integrantes do Grupo:

Prof. Dr. Wilson Engelmann (Líder)

Afonso Vinício Kirschner Fröhlich

Cristine Machado

Daniele Weber Leal

Daniela Pellin

Patrícia dos Santos Martins

Rafael Lima

Raquel von Hohendorff

Patrícia Santos Martins

terça-feira, 6 de abril de 2010

As Três Tecnologias de Risco Ambiental

      Nas próximas semanas postaremos textos de autoria do Professor André Rafael Weyermüller, em que se desenvolve o contexto das três tecnologias de risco ambiental.



      As três tecnologias de risco ambiental:

      1) Nuclear



    A humanidade criou tecnologias que se revelam ao mesmo tempo boas e más. Entre várias que desenvolvemos, escolhi três que me parecem mais importantes e problemáticas: a tecnologia nuclear, a genética (transgênicos) e as nanotecnologias.
     Vamos iniciar pela tecnologia nuclear, sua origem, riscos e benefícios. Os estudos com átomos e radiação não são recentes. Em 1911, o físico neozelandês Ernest Rutherford fez sua "experiência da dispersão" para suas novas descobertas sobre a estrutura do átomo, surgindo a base para o modelo de átomo que estudamos até hoje. A pesquisa evoluiu nos anos seguintes, tomando proporção com a deflagração da Segunda Guerra Mundial em 1939 com a invasão da Polônia pela blitzkrieg alemã. Como a energia contida no átomo já era conhecida em teoria, o receio de que o inimigo se utilizasse dela para fins militares deu o empurrão necessário para a aplicação prática de uma força que até então era apenas teórica.
     Como os Estados Unidos entraram oficialmente na guerra após o dia 07 de dezembro de 1941 devido ao ataque japonês contra a base naval de Pearl Harbour no Havaí, a atenção do governo americano para o assunto foi motivada pela necessidade de se construir uma arma devastadora capaz de mudar os rumos da guerra (e da humanidade!). Para atingir esse objetivo, partiu-se inicialmente do estudo de vários cientistas, com destaque a Enrico Fermi que construiu o primeiro reator nuclear experimental em 1942 nos Estados Unidos.
     Suspeitando que os cientistas de Hitler estivessem trabalhando em um projeto atômico (na Alemanha, um dos primeiros a reconhecer o potencial existente na fissão nuclear foi o físico Werner Heisenberg), o governo Roosevelt investiu uma fortuna no desenvolvimento da tecnologia criando o “Projeto Manhattan” (trabalhos preliminares haviam sido feitos na Universidade de Columbia, no bairro nova-iorquino de Manhattan). A chefia do projeto foi entregue ao general Leslie Groves sob o controle técnico do cientista Julius Oppenheimer, incumbido de coordenar o grupo de cientistas reunidos pelo governo em Los Alamos, Novo México, uma região deserta e apropriada para desenvolver um projeto secreto. Foram construídas enormes instalações para a processamento e obtenção de urânio e plutônio (material para fazer a bomba) que estavam localizadas em Hanford, Oak Ridge (Tennessee) e em Los Alamos. Centenas de cientistas e mais de meio milhão de pessoas trabalharam no projeto.
     O segredo foi mantido pois ninguém fez uma ligação direta entre as instalações de produção, distantes umas das outras, tanto que até o final da guerra ninguém no Congresso americano soube de sua existência mesmo tendo consumido dois bilhões de dólares do orçamento. Após vários experimentos foi possível construir uma bomba que podia ser transportada por um avião (B-29) até o infeliz alvo. Os cientistas reunidos em torno do projeto ainda não conheciam os reais efeitos da detonação de tal artefato, tão pouco das consequências para a saúde e o meio ambiente que poderiam decorrer de sua utilização. A guerra na Europa terminou em maio de 1945 com a rendição da Alemanha, porém, a guerra contra o Japão prosseguia. O presidente Roosevelt morre e a decisão de utilizar a bomba (testada no deserto) ficou para o presidente Harry Truman. Decidiu-se então usar essa nova tecnologia contra duas cidades japonesas: Hiroshima em 06 de agosto e Nagasaki em 09 de agosto de 1945.
     A detonação das duas bombas causou a morte de mais de 160 mil pessoas, enorme destruição e terríveis consequências para os sobreviventes devido a radiação. Estava dada a partida para uma nova era de insegurança e medo da aniquilação total da humanidade. Além da aplicação militar, essa tecnologia possibilitou o desenvolvimento da energia nuclear para a produção de eletrecidade bem como tratamentos médicos importantes além de ser fonte de um significativo problema ambiental. Na próxima coluna falaremos mais sobre o assunto.

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