Quem somos nós

Grupo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito - Mestrado e Doutorado e ao Mestrado Profissional em Direito da Empresa e dos Negócios, ambos da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, São Leopoldo - RS, com o objetivo de construir e embasar Marcos Regulatórios às Nanotecnologias, inserir o Direito na caminhada tecnocientifica e viabilizar uma fonte de pesquisa para os interessados neste tema.


Integrantes do Grupo:

Prof. Dr. Wilson Engelmann (Líder)

Afonso Vinício Kirschner Fröhlich

Cristine Machado

Daniele Weber Leal

Daniela Pellin

Patrícia dos Santos Martins

Rafael Lima

Raquel von Hohendorff

Patrícia Santos Martins

terça-feira, 18 de maio de 2010

As Três Tecnologias de Risco Ambiental, pelo Prof. André Weyermüller

2)     Transgênicos (continuação)  
            Na última coluna falamos sobre os transgênicos e passamos a conhecer os benefícios e riscos de sua utilização. Enumeramos benefícios como as técnicas de biorremediação de locais que foram afetados por um dano ambiental, a diminuição do uso de herbicidas em lavouras transgênicas, a tolerância maior em climas adversos, entre outros. Quanto aos possíveis riscos, referimos a contaminação de culturas tradicionais por transgênicas e o aparecimento de pragas resistentes. Pois bem, como não foi possível falar sobre todos os riscos, vamos conhecer mais alguns:
      O aumento do uso de defensivos agrícolas é apontado como uma possibilidade real por alguns estudos. Em certas configurações climáticas, culturas transgênicas necessitariam de maior quantidade de produtos químicos para ter êxito comercial. Possíveis reações alérgicas e alterações no metabolismo humano devido ao consumo de transgênicos podem ocorrer levando em consideração que a manipulação genética é capaz de provocar a produção de substâncias desconhecidas pelas plantas, o que poderia causar reações não previstas no corpo humano.
      Além dos riscos biológicos e dos ligados a saúde, temos riscos de ordem econômica. Como toda tecnologia que dispomos, a transgenia é resultado de dispendiosos estudos científicos financiados por empresas que pretendem comercializar os produtos resultantes desse processo de pesquisa. Assim como ocorre com a indústria farmacêutica, que investe pesado no desenvolvimento de novas drogas com objetivos econômicos, a indústria da genética também precisa de retorno financeiro. Assim, a indústria das sementes geneticamente modificadas forma um oligopólio para melhor defender seus interesses, pois empresas como a Monsanto, DuPont e Syngenta atuam em várias frentes a fim de dominar todas as fases da cadeia produtiva de alimentos e produtos farmacêuticos. Essas multinacionais possuem os meios financeiros e científicos para permanecer sempre adiantadas nas pesquisas e na distribuição de produtos em todo o mundo, fazendo com que o setor agrícola fique dependente de um pequeno grupo de empresas que podem ditar os preços e controlar o fornecimento de sementes e a venda de defensivos agrícolas necessários para essas culturas.
      Dominando a tecnologia e o mercado, as empresas multinacionais detentoras das patentes tornam os pequenos produtores dependentes. Duas tecnologias criadas juntamente com os transgênicos objetivam garantir essa dependência econômica. Trata-se da terminator e da trator. A primeira consiste em introduzir genes específicos que tornam a planta estéril na segunda geração, ou seja, as sementes precisam ser compradas da empresa, pois não se reproduzem mais, garantindo o esperado retorno financeiro. A tecnologia trator consiste em condicionar uma planta geneticamente modificada a necessitar da aplicação de um produto químico específico para ativar ou desativar certas características desejáveis como resistência a insetos, florescimento, sabor e qualidades nutricionais. A dependência dos agricultores fica evidente devido à necessidade de adquirir sementes e produtos químicos para manter sua atividade. Trata-se assim de um risco econômico.
       Apesar dos riscos inerentes aos produtos transgênicos, verificamos que existem benefícios que não podem ser ignorados. Soja, milho, algodão e canola são as principais culturas transgênicas comercializadas no mundo e já estão presentes nas mesas de um número incalculável de pessoas que deveriam ser os destinatários de uma efetiva proteção de seus direitos de consumidores. No Brasil a questão dos transgênicos teve início com uma discussão judicial visando proteger os consumidores. Falaremos sobre isso na próxima coluna.                                 

Nenhum comentário: