Quem somos nós

Grupo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito - Mestrado e Doutorado e ao Mestrado Profissional em Direito da Empresa e dos Negócios, ambos da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, São Leopoldo - RS, com o objetivo de construir e embasar Marcos Regulatórios às Nanotecnologias, inserir o Direito na caminhada tecnocientifica e viabilizar uma fonte de pesquisa para os interessados neste tema.


Integrantes do Grupo:

Prof. Dr. Wilson Engelmann (Líder)

Afonso Vinício Kirschner Fröhlich

Cristine Machado

Daniele Weber Leal

Daniela Pellin

Patrícia dos Santos Martins

Rafael Lima

Raquel von Hohendorff

Patrícia Santos Martins

quarta-feira, 12 de maio de 2010

As Três Tecnologias de Risco Ambiental, pelo Prof. André Weyermüller


2)     Transgênicos (continuação)

       Na última semana iniciamos a análise da tecnologia genética falando de transgênicos que é segunda das três fontes de riscos ambientais que iremos conhecer. Falamos sobre a origem e o desenvolvimento da engenharia genética e fizemos a devida diferenciação entre um organismo geneticamente modificado (OGM) e um transgênico. Afirmamos que todo organismo transgênico é um OGM, mas nem todo OGM é um transgênico.
       Vamos então prosseguir no tema para entendê-lo melhor. A transgenia nos dias de hoje, é um tema que não ocupa mais posição de destaque na mídia. O assunto já foi mais badalado no início da década. Muito se falou, uma lei foi produzida, mas pouca coisa avançou em termos de proteção dos direitos do consumidor. É como se a questão não tivesse mais importância, como se tivesse sido superada. Infelizmente o que se vê é a grande desinformação sobre o tema e o desinteresse em esclarecer melhor as coisas para que todos saibam dos riscos e benefícios e possam optar entre consumir ou não alimentos e produtos transgênicos.
        Passemos então a conhecer primeiramente os benefícios que a literatura apresenta sobre o tema: Quando ocorre a degradação ambiental de uma área contaminada por um produto químico ou material, faz-se necessário aplicar técnicas de biorremediação e restauração. A biorremediação pode ser feita aplicando microorganismos geneticamente modificados no tratamento desses locais. Outra vantagem defendida por estudiosos consiste na redução de impactos ambientais devido à diminuição da utilização de herbicidas em lavouras transgênicas que necessitariam menos produtos químicos para seu desenvolvimento. Um terceiro motivo para defender os transgênicos é a tolerância maior em condições climáticas adversas como frio, seca e acidez do solo.
        Desenvolvendo características mais resistentes nas culturas é possível alargar áreas de cultivo e ter perdas menores decorrentes das características do ambiente. Vinculado a isso teríamos o aumento da produtividade das colheitas geneticamente modificadas em relação às tradicionais. Outro aspecto positivo destacado é a possível redução dos custos de produção que estão vinculados a vários fatores que somados representam certa vantagem competitiva em relação às culturas tradicionais, pois as sementes modificadas geneticamente apresentam características melhoradas inclusive no que se refere à qualidade nutricional. Ainda sobre as vantagens da tecnologia, tem-se a produção de plásticos biodegradáveis produzidos a partir de material orgânico associado com bactérias modificadas. Por fim, a produção de substâncias como vacinas e biofármacos podem ser obtidas utilizando a tecnologia da modificação genética. Conhecidos alguns dos benefícios possíveis com a utilização de transgênicos vamos analisar os possíveis riscos.

       Tudo que fazemos implica em riscos. Eles fazem parte de nossas vidas de maneira inseparável. Assim, quando abordamos riscos em atividades ou técnicas que podem também ser benéficas como visto é preciso deixar claro, antes de apontar os riscos, que não se está procurando condenar os transgênicos. Pretende-se, isso sim, formar uma consciência mais apurada sobre o tema. Nada pior que a desinformação. Alguns estudos indicam que é possível que determinados insetos e bactérias do solo sejam eliminadas devido à utilização de transgênicos. Outro aspecto de risco ambiental é a possível “contaminação” de culturas tradicionais por transgênicas por meio de pólen, o que acabaria por prejudicar produtores que investissem nas culturas tradicionais. O aparecimento de insetos e plantas mais resistentes que o normal (superpragas) em face da incorporação de elementos transgênicos que poderiam modificar suas características naturais menos danosas. Isso implicaria na necessidade de aumento na utilização de produtos químicos nas lavouras ao contrário de uma redução como defendem os estudos que defendem as vantagens dos transgênicos. O assunto precisa de mais espaço. Assim, na próxima coluna continuaremos tratando do mesmo.                         

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